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João Guimarães Rosa, Sagarana – 21ª Ed. 1978

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Livro Sagarana, João Guimarães Rosa 1978

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Descrição

Livro Sagarana, João Guimarães Rosa

Editora : José Olympio

Capa Comum 369 Pgs
Dimensões : 13 x 18 x 2 Cms

Sagarana” traz cenários e personagens típicos do interior do país.

Mais especificamente do sertão de Minas Gerais. Morros, riachos, jagunços, vaqueiros, bois e cavalos povoam as páginas das estórias magistralmente construídas por Guimarães Rosa, cuja habilidade para criar enredos e protagonistas diversos e repletos de detalhes encanta leitores até hoje e permanece influenciando gerações e gerações de escritores.

A linguagem inventiva de “Sagarana” é outro aspecto que distinguiria para sempre o autor no campo da literatura brasileira. Ao mesmo tempo em que incorpora fragmentos essenciais da oralidade sertaneja, pescando regionalismos e recuperando antigas expressões de linguagem do sertão, Rosa inova com a criação de neologismos cuidadosamente lapidados.

Dentre os nove contos que fazem parte do livro, destacam-se os célebres “A hora e vez de Augusto Matraga”, “Conversa de bois” e “O burrinho pedrês”.

 

“E penava com isso, que o amor, ao contrário de acontecer como a água em dois vasos estanques, deva gangorrar como pesos em conchas de balança.”

Do burrinho pedrês que sobrevive a um dilúvio, passando pela prima esperta que engambela o primo, até à improvável história de redenção de Augusto Matraga, tudo parece grandioso neste Sagarana (1946), de Guimarães Rosa. Livro de estreia do escritor mineiro, aqui encontramos já muito daquilo que veríamos na sua obra posterior: um sertão que não é apenas paisagem externa, mas algo metafísico, algo que remexe tudo dentro da gente.

Esse sertão de Sagarana é construído com uma linguagem que se tornaria característica de toda a obra de Guimarães Rosa. O autor consegue juntar o sotaque sertanejo do norte de Minas com um profundo conhecimento dos mecanismos de formação de palavras, unindo, às vezes, mais de um idioma e encontrando sínteses belíssimas.

E, embora não dê pra dizer que Rosa faz uma literatura “engajada”, muitos dos problemas vivenciados pelos sertanejos estão lá: o isolamento das pessoas que moram no interior, esquecidas pelo poder público; a violência, como método de resolução de conflitos; e a religiosidade, que aproxima diversas tradições religiosas em um mesmo caldo cultural.

Os personagens que povoam essas histórias são magistralmente construídos, quase como se pudéssemos encontrá-los em qualquer incursão pelos sertões adentro. E os animais-personagem são um espetáculo à parte. Tem sapos que se interpelam e se respondem, tem conversa entre bois, tem bode-guia de cego etc.

Mas acho que o melhor mesmo é o burro Sete-de-Ouros de “O burrinho pedrês”. Até desconfio que Robert Bresson tenha se baseado nesse conto de Rosa ao filmar A grande testemunha (1966). Como no personagem de Rosa, o burro de Bresson passa por poucas e boas, navegando num mar de acasos que é sua vida, observando tudo com uma resiliência incrível, mas também expondo o absurdo da experiência humana no mundo.

 

Informação adicional

Peso 2 kg
Dimensões 32 × 32 × 10 cm